COVID-19 e doenças autoimunes

De fácil contágio, o coronavírus exige cuidados. Pacientes com doenças autoimunes devem redobrar a atenção, o isolamento social é fundamental para se proteger.

Reumatologista, Dr. Antônio Demétrio destaca que pacientes em uso de medicamentos imunossupressores devem estar atentos aos sintomas do COVID-19. “Eles são considerados de alto risco. A orientação é que sigam com a medicação prescrita pelo reumatologista e, caso seja infectado pelo coronavírus, entrem em contato com o especialista que acompanha o caso”.

Caso tenha febre, dor de garganta e tosse, principais sintomas do COVID-19, pare com a medicação e fale imediatamente com seu médico para seguir as orientações. “Cada paciente tem seu quadro clínico e por isso a conduta é individualizada, ou seja, o médico fará as orientações respeitado a doença e quadro clínico do seu paciente. Alguns poderão ter a medicação suspensa, outros reduzirão a dose, sempre acompanhando os sintomas não só do COVID-19 como da doença pré-existente. Ver a atividade da doença autoimune é fundamental”, destaca.

O reumatologista reforça que o contágio com o COVID-19 acontece pelo nariz, olhos e boca. “Quando alguém infectado tosse ou espirra, libera gotículas de líquido que caem no chão e proximidades. Se a pessoa tosse e coloca as mãos na frente da boca, tudo onde ela tocar estará infectado e o tempo de sobrevida do vírus fora do corpo varia. Em locais como maçanetas e corrimão de metal, ele pode sobreviver por mais de 24 horas. Por isso passe sempre álcool gel ou líquido 70% nestes locais diariamente e não saia de casa a não ser para uma emergência. O isolamento social é a melhor forma de prevenção”, alerta.

Ele pontua que ainda não há evidência de que interromper o imunossupressor possa proteger da infecção pelo coronavírus. “Não façam isso sem a recomendação médica Já o ibuprofeno deve ser evitado em caso de febre. Ele pode estar relacionado a uma piora na evolução das alterações pulmonares. Use dipirona ou paracetamol para febre”.

Neste período, vá ao consultório apenas se necessário. “Recomendamos que as consultas eletivas sejam remarcadas para pacientes em controle da doença autoimune. Entretanto, se o paciente tiver com a doença ativa, fale com o médico se há necessidade da consulta”, finaliza.