Avanços em prótese de joelho trazem maior mobilidade ao paciente

Dor e limitação nos movimentos dos joelhos são alguns dos sintomas da osteoartrose, doença caracterizada pelo desgaste dessa articulação e mais comum em pessoas da terceira idade. Em alguns casos, a doença se torna tão limitante que o tratamento passa a ser cirúrgico com a colocação de prótese total de joelho. Para o alento desses pacientes, as técnicas cirúrgicas e as próteses estão evoluindo, permitindo pós-operatórios mais rápidos e com maior mobilidade após o procedimento.

De acordo com o ortopedista João Paulo Fernandes Guerreiro, que esteve nos Estados Unidos em abril fazendo curso justamente sobre esse assunto, a base da cirurgia é a mesma, mas há novidades. “Os princípios da cirurgia seguem os mesmos há muitos anos e se baseiam em alinhar ou endireitar o joelho, que geralmente esta torto, e balancear os ligamentos para que o mesmo recupere o movimento e melhore a dor. As novidades que vêm surgindo são instrumentos cada vez menores que auxiliam o cirurgião a implantar a prótese com a menor incisão possível na pele e na musculatura que está na região anterior do joelho. Isso leva a uma menor agressão durante o procedimento”, explica o especialista em joelho da Uniorte.

Com cortes menores, a possibilidade de dar alguma complicação também reduz. “Essa menor agressão reduz o risco de complicações com a ferida operatória, como infecções, possibilita uma reabilitação mais rápida e menos dor após o procedimento. Há ainda um ganho de mobilidade mais precoce e retorno às atividades diárias mais cedo. Hoje em dia, com os melhores cuidados com a saúde, temos idosos cada vez mais ativos e independentes que precisam retornar logo as suas atividades”, lembra.

Décadas atrás, vivíamos menos e os idosos tinham pouca presença na vida social e ativa. Hoje há quem trabalhe, quem aproveite para viajar, passear, dançar. Viver esses momentos com qualidade é a meta. “Com as novas próteses, houve aumento da capacidade de ganho de flexão do joelho. Nos modelos mais tradicionais a flexão máxima do joelho, mesmo nos melhores resultados, não atinge o máximo possível que em pessoas jovens e sem artrose. Isso cada vez mais está sendo buscado e os modelos mais recentes, muitos ainda não disponíveis no Brasil, estão sendo confeccionados com essa finalidade em países desenvolvidos como os Estados Unidos”, antecipa Dr. João Paulo.

Com movimentos melhores e sem dor, a cirurgia vem devolvendo a alegria de poder ir e vir a quem sofre com a osteoartrose. “É frequente os pacientes com osteoartrose apresentarem dor e limitações intratáveis com as medidas que chamamos de conservadoras, ou sem cirurgia, que se baseiam em melhora da condição muscular ao redor do joelho, redução da sobrecarga do joelho nas atividades da vida diária e diversos tipos de medicamentos. Quando bem indicada, essa cirurgia é uma das que tem os melhores resultados a médio e longo prazo com estudos mostrando entre 90 a 95% de pacientes satisfeitos com a cirurgia mesmo após 10 a 15 anos”, finaliza o especialista.