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Lesões de cartilagem ainda têm tratamento limitado

É comum vermos pessoas com lesões nas articulações. Os joelhos estão entre as grandes vítimas das mudanças de comportamento, principalmente das atividades físicas de maior impacto, como corridas, tênis e futebol. “Diante da grande ocorrência de lesões condrais, que são as lesões na cartilagem do joelho, o desafio tem sido tratar esta lesão, pois até hoje ainda não encontramos um tratamento eficiente, de baixo custo e duradouro. Essa demanda está fazendo surgir um novo tipo de profissional: o cirurgião especialista em cartilagem”, diz o ortopedista Dr. Marcus Vinícius Danieli, especialista em joelho na Uniort.e.

Ele esteve na sede da Fifa em Zurique, na Suíça, em julho para participar do Congresso International Cartilage Repair Society – Focus Meeting – The Knee. O foco foi justamente as novidades em pesquisa nessa área. “Estiveram reunidos especialistas em cartilagem do mundo inteiro para mostrar suas técnicas, suas descobertas e recentes pesquisas”, diz Danieli.

Segundo ele, a técnica da microfratura ainda é a mais utilizada. “Dentre as vantagens está o fato dela ser rápida, fácil e barata, mas os resultados ainda não são duradouros”, pontua. Sobre as técnicas modernas, Dr. Marcus Vinícius aponta que o uso de cultura de células e de células tronco está em fase de estudo. “Porém, as respostas ainda não são animadoras, pois ainda há limitação no seu uso pelo custo e os resultados ainda são variáveis, não sendo excepcionais. Mas eles são pouco mais duradouros que a microfratura, com o ponto negativo de ter maior ocorrência de complicações que não existem em outras técnicas, como rigidez da articulação (chamada de artrofibrose) ou perda dos tecidos”, esclarece. Tratamentos não cirúrgicos e o pós-operatório com fisioterapia e reforço muscular, muito importante nestes casos, também entraram nos debates.

 Mas há luz no fim do túnel. Uma delas leva o nome de plasma rico em plaquetas (PRP). “Esse assunto foi muito discutido e acredita-se que ele tem espaço no tratamento deste tecido sim”, reforça. O PRP é tema de estudo do ortopedista, que tem mestrado na área e está fazendo doutorado. “O Plasma Rico em Plaquetas é rico em fatores de crescimento e isso leva à cicatrização do tecido que passa a cobrir a parte desgastada da articulação”, esclarece.

A viagem à Suíça trouxe novidades. “De mais moderno, temos pesquisas em andamento, principalmente na Austrália, com impressão de tecido em 3D com impressora especial, baseado na lesão do paciente. Isso pode ser muito promissor”, acredita Marcus Vinícius Danieli. Conforme ele, a indústria tem dado a resposta a essa lesão com o lançamento de estruturas biológicas que podem preencher as lesões e estimular sua cicatrização. “São tratamentos de futuro também, porém ainda de alto custo e não autorizados em todos os países”, salienta.

Com todas essas dificuldades, ele aponta que o caminho ainda é muito longo com relação ao reparo da cartilagem. “Há muita pesquisa a se fazer e os pacientes devem ser orientados quanto às suas expectativas, tentando evitar de toda forma o evento final destas lesões que é a evolução para artrose”, alerta. Por isso, antes de se dedicar a atividades físicas de impacto, é importante buscar orientação de um profissional habilitado e preparar a musculatura do corpo para fazer os exercícios sem prejudicar as articulações.